O triângulo de Pascal é um
triângulo aritmético formado por números que têm diversas relações
entre si. Muitas dessas relações foram descobertas pelo próprio Pascal,
o que justifica o nome que lhe é dado.
1 | ||||||||||||||
1 | 1 | |||||||||||||
1 | 2 | 1 | ||||||||||||
1 | 3 | 3 | 1 | |||||||||||
1 | 4 | 6 | 4 | 1 | ||||||||||
1 | 5 | 10 | 10 | 5 | 1 | |||||||||
1 | 6 | 15 | 20 | 15 | 6 | 1 | ||||||||
1 | 7 | 21 | 35 | 35 | 21 | 7 | 1 |
...
Este triângulo
forma-se de forma recursiva, ou seja, as diagonais de fora são formadas
por 1's, os restantes números são a soma dos números acima. Como
exemplo podemos dizer que: 10=4+6 (10-linha 5; 4 e 6-linha 4).
NOTA:
Considera-se que o topo do triângulo corresponde à linha 0, coluna 0.
Apresentando a
fórmula matemática para esta propriedade:
sendo n o
número de linhas e k o número de colunas dessa linha onde o número
está (não se conta com o topo do triângulo, pois numa sucessão
definida por recorrência tem que existir uma condição inicial, tal é
1).
Tal fórmula
prova-se por indução matemática em n.
Uma
outra consequência é a soma dos elementos de uma linha.
Pascal
ao constatar este resultado particularizou o método da indução para um
determinado valor e disse que o mesmo sucederia para os restantes.
A
20ª consequência que Blaise Pascal retirou do triângulo foi a seguinte:
Também
esta fórmula pode ser demonstrada usando o método da indução.
Com
as 20 consequências que Pascal retirou do triângulo, foi-lhe possível
chegar ao resultado
Usando
o método da indução, ele chegou ainda à conclusão que
ou
seja, ao número de combinações de n elementos k a k.
Também
mostrou que as linhas do triângulo correspondem aos coeficientes da
potência de a na expansão de
Pascal relaciona o
triângulo aritmético com a teoria das probabilidades da qual foi também
pioneiro.
Outras propriedades do triângulo de Pascal
1 | ||||||||||||||||||
1 | 1 | |||||||||||||||||
1 | 2 | 1 | ||||||||||||||||
1 | 3 | 3 | 1 | |||||||||||||||
1 | 4 | 6 | 4 | 1 | ||||||||||||||
1 | 5 | 10 | 10 | 5 | 1 | |||||||||||||
1 | 6 | 15 | 20 | 15 | 6 | 1 | ||||||||||||
1 | 7 | 21 | 35 | 35 | 21 | 7 | 1 | |||||||||||
1 | 8 | 28 | 56 | 70 | 56 | 28 | 8 | 1 | ||||||||||
1 | 9 | 36 | 84 | 106 | 106 | 84 | 36 | 9 | 1 |
...
É de realçar
que o triângulo é simétrico. Por isso os elementos equidistantes
aos extremos do triângulo iguais, ou seja em linguagem matemática, nCp=
nCn-p com n, pÎN0,
n³p.
Encontramos
também os números naturais aqui, na 2ª diagonal. Quando um
deles for primo (isto é, apenas divisível por ele próprio e por 1)
então todos os elementos dessa linha, excluindo o 1, são divisíveis por
ele.
Temos como
exemplo na linha 7:
1
7 21 35 35 21
7 1
como 7 é primo
então 7, 21 e 35 são divisíveis por ele.
Como Pascal
observou, a soma de cada linha é uma potência de 2.
Assim temos|:
Linha
0: 20=1
Linha 3: 23=8 e, assim por diante.
...
Podemos verificar também que existem potências de 11, neste triângulo.
Linha 0: 110=1(100)=1
Linha 1: 111=1(101)+1(100)=10+1=11
Linha 2: 112=1(102)+2(101)+1(100)=100+20+1=121
Linha 3: 113=1(103)+3(102)+3(101)+1(100)=1000+300+30+1=1331
Linha
4: 114=1(104)+4(103)+6(102)+4(101)+1(100)=14641
Concluímos assim que:
Concluímos assim que:
- a maior potência de cada soma corresponde a linha que estamos a considerar;
-
os coeficientes das potências são os elementos da linha em questão;
-
a potência de 11 corresponde à maior potência apresentada na soma, ou seja, o número da linha.
Na 3ª diagonal
encontramos
os números triangulares, estes pertencem à categoria dos números
figurados (descobertos por matemáticos das escolas pitagóricas)
pois formam figuras geométricas, neste caso triângulos como é
exemplificado:
É
de notar que estes números são alternadamente dois ímpares dois pares,
podendo ser alcançados através de sucessões por recorrência através
da fórmula T(n)= n(n+1)/2 (a partir dos n-1 elementos conseguimos
alcançar o elemento n).
Como
a partir dos números triangulares se podem obter os números hexagonais
H(n)=n(2n-1), é possível vê-los aqui também.
Esta
diagonal contém ainda os números quadrados, pois se somarmos o primeiro
elemento ao segundo (1+3) obtemos o 4 que é um número quadrado, ao
somarmos o segundo ao terceiro elemento (3+6) ficamos com o número 9,
também ele um número quadrado, e assim por diante. Para além do que
estamos habituados a fazer (a2) podemos também representar
estes números sobre a forma geométrica
Na
4ª diagonal podemos observar mais alguns números figurados tais como os
números tetraédricos (1, 4, 10, 20, 35, 56, 84, 120, ...). Estes, de
acordo com os esquemas anteriores também representam formas geométricas,
neste caso um tetraedro (pirâmide regular com base triangular).
A
sua fórmula é:
sendo
o seu termo geral :
Pode-se
observar no triângulo alguns padrões:
Padrão
do Stick de Hóquei
1 | ||||||||||||||||
1 | 1 | |||||||||||||||
1 | 2 | 1 | ||||||||||||||
1 | 3 | 3 | 1 | |||||||||||||
1 | 4 | 6 | 4 | 1 | ||||||||||||
1 | 5 | 10 | 10 | 5 | 1 | |||||||||||
1 | 6 | 15 | 20 | 15 | 6 | 1 | ||||||||||
1 | 7 | 21 | 35 | 35 | 21 | 7 | 1 | |||||||||
1 | 8 | 28 | 56 | 70 | 56 | 28 | 8 | 1 |
...
Neste
padrão verifica-se que um certo número de uma diagonal somados equivale
ao número imediatamente abaixo, não estando nessa mesma diagonal.
Pode-se
constatar tal resultado através de uma fórmula combinatorial, bastante
útil:
Padrão
da espiga
1 | ||||||||||||||||||||
1 | 1 | |||||||||||||||||||
1 | 2 | 1 | ||||||||||||||||||
1 | 3 | 3 | 1 | |||||||||||||||||
1 | 4 | 6 | 4 | 1 | ||||||||||||||||
1 | 5 | 10 | 10 | 5 | 1 | |||||||||||||||
1 | 6 | 15 | 20 | 15 | 6 | 1 | ||||||||||||||
1 | 7 | 21 | 35 | 35 | 21 | 7 | 1 | |||||||||||||
1 | 8 | 28 | 56 | 70 | 56 | 28 | 8 | 1 | ||||||||||||
1 | 9 | 36 | 84 | 126 | 126 | 84 | 36 | 9 | 1 | |||||||||||
1 | 10 | 45 | 120 | 210 | 252 | 210 | 120 | 45 | 10 | 1 |
Considerando
as diagonais do Triângulo. Pode-se verificar que a soma dos primeiros n
elementos da n-ésima diagonal é igual ao (n+1)-ésimo elemento dessa
mesma diagonal. É interessante observar que esses elementos das diagonais
vão estar todos numa coluna.
Relacionados
com este padrão aritmético estão também os números de Fibonacci.
1 | ||||||||||||||||
1 | 1 | |||||||||||||||
1 | 2 | 1 | ||||||||||||||
1 | 3 | 3 | 1 | |||||||||||||
1 | 4 | 6 | 4 | 1 | ||||||||||||
1 | 5 | 10 | 10 | 5 | 1 | |||||||||||
1 | 6 | 15 | 20 | 15 | 6 | 1 | ||||||||||
1 | 7 | 21 | 35 | 35 | 21 | 7 | 1 | |||||||||
1 | 8 | 28 | 56 | 70 | 56 | 28 | 8 | 1 |
...
Assim
podemos ver 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21,... que correspondem aos números de
Fibonacci, podendo também ser obtidos por recorrência a partir da
seguinte fórmula:
F(1)=F(2)=1
F(n)=F(n-1)+F(n-2)
Números
de Catalan
Se
aos elementos centrais do triângulo os dividíssemos pelos números
naturais respectivamente, obteríamos a sucessão:
1,
1, 2, 5, 14, 42, 132, 429, ...
que
se chamam números de Catalan.
Assim
genericamente temos:
Cn
= [1/(n+1)] x 2nCn
=
(2n)! /(n!(n+1)!)
O
triângulo de Sierpinsky
Este
triângulo é um fractal, ou seja, é um processo recursivo, que neste
caso, em particular se vai repetindo o número de triângulos
equiláteros.
Se
ao triângulo de Pascal apagarmos os números ímpares o resultado é um triângulo
de Sierpinsky, o mesmo sucede se em vez dos pares tivermos os ímpares.
Ora vejamos,
1 | ||||||||||||||||||||||||
1 | 1 | |||||||||||||||||||||||
1 | 2 | 1 | ||||||||||||||||||||||
1 | 3 | 3 | 1 | |||||||||||||||||||||
1 | 4 | 6 | 4 | 1 | ||||||||||||||||||||
1 | 5 | 10 | 10 | 5 | 1 | |||||||||||||||||||
1 | 6 | 15 | 20 | 15 | 6 | 1 | ||||||||||||||||||
1 | 7 | 21 | 35 | 35 | 21 | 7 | 1 | |||||||||||||||||
1 | 8 | 28 | 56 | 70 | 56 | 28 | 8 | 1 | ||||||||||||||||
1 | 9 | 36 | 84 | 126 | 126 | 84 | 36 | 9 | 1 | |||||||||||||||
1 | 10 | 45 | 120 | 210 | 252 | 210 | 120 | 45 | 10 | 1 | ||||||||||||||
1 | 11 | 55 | 165 | 330 | 462 | 462 | 330 | 165 | 55 | 11 | 1 |
De
modo análogo teríamos para os números ímpares.
Para
quem quiser explorar mais o triângulo de Pascal aconselhamos que tente,
de modo análogo ao que fizemos, pintar todos os divisores de 3, e de 4, et cetera. Verifica-se um certo padrão, que deixamos ao encargo do leitor a sua
descoberta...
Contido em: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/pasca_l/pascal.htm; pesquisado em 22/12/2014 as 11h00.
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