A Matemática é uma ciência deslumbrante aos olhos de quem consegue
compreendê-la, por sua vez, aos olhos de quem não consegue, ela torna-se um inimigo quase
que imbatível. A Matemática quando não entendida, passa a ser vista
erroneamente e acaba sendo tachada como chata, sem graça, sem sentido para
aprender.
Estamos em pleno século XXI, na chamada Era da Informação, e as
crianças de hoje nascem sabendo mexer em notebooks, computadores, tabletes,
smartphones, celulares de ultima geração e mil e outros aparelhos bem mais
complexos.
O fato mais interessante de tudo isso é que muitas dessas
crianças e adolescentes, mesmo sabendo tanto sobre essas ferramentas
tecnológicas, acabam sentindo dificuldades na hora de aprender Matemática, o
que deveria ser mais fácil, já que eles dominam tecnologias bem mais complexas
e que se baseiam nessa ciência dita como exata.
O motivo principal para a Matemática ser tão "odiada"
por alguns é o simples fato dessas pessoas não acharem nessa ciência exata um
significado prático e aplicável para a vida naquilo que estão estudando no
momento.
Ao dar uma aula sobre números complexos, em que uma letra i será
colocada no lugar da raiz quadrada de -1 sempre que esta aparecer em alguma
equação do 2º grau, os alunos então começam a por suas colocações:
Poxa vida professor você já arranjou uma maneira de fazermos
mais cálculos?
Já não bastava ter que chegar ao delta negativo e parar por ai?
Por que eu tenho que aprender isso?
Eu não vejo motivo para eu utilizar isso na minha vida!
Entre outras perguntas...
É aí que entra a peça-chave para mudar a visão que os alunos têm
da matemática: o PROFESSOR. É isso mesmo, o professor é que irá
definir se eles irão gostar ou não da Matemática, dependendo do que ele
responderá a perguntas como essas que foram feitas aos números complexos, ele
irá despertar ou não o interesse pelo assunto.
E simples. Se o professor conhecer mesmo da matéria que está
dando, ele saberá responder sabiamente a todas aquelas perguntas que lhe foram
feitas. Ele poderá responder, por exemplo, que é graças aos números complexos
que podemos calcular a oscilação do amortecedor de um carro durante o tempo de
frenagem dele e dirá também a eles: Já pensaram senão existissem os números
complexos? Como vocês acham que seriam os carros sem o amortecedor adequado
para cada um? Com certeza eles iriam oferecer o risco de quebrar na primeira
freada se não suportassem o peso do carro no caso de ele estar a uma velocidade
um pouco elevada e isso poderia ocasionar até um grave acidente. Professores
com respostas assim, bem fundamentadas e questionadoras, estimulam o aluno a
querer aprender mais e mais.
Porém, existem aqueles "professores" que estão em uma
sala de aula só para "encher linguiça" e, quando indagados pelos
alunos com perguntas como essas, de por que estudar números complexos irão
apenas responder: Para você passar de ano!
“Você acha que algum aluno vai sentir-se motivado a estudar
Matemática com um professor desses?”
Acho que agora deu pra entender o que eu quis dizer. Pois bem,
esse é o meu ponto de vista sobre essa pergunta que muitos se fazem ou um dia
farão se porventura forem ensinar Matemática: Por que é tão difícil
ensinar Matemática?
É preciso, primeiro, formação, depois, capacitação e
principalmente atualização constante.
Agora, para resolver um problema de índice de
desempenho de alunos, colocam-se professores "eventuais", que darão
Matemática para os alunos nas coberturas de aulas de professores faltantes, sem
uma preparação adequada, até do que eles devem ministrar, sendo que os mesmos
não conseguem nem controlar suas contas bancárias com contas de mais e menos, o
que se falar de Bháskara então?
Não, mas nossos alunos, (segundo esses representes que dirigem nossa Educação), não sabem fazer nem contas, mas como eles
sabem disso? Resposta: Se baseiam em estatísticas levantadas em provas por eles elaboradas e corrigidas por professores que se propõe a isso, mesmo não ministrando a matéria, somente para atender um prazo imposto por eles.
Nas escolas do Estado, pela política adotada, não existe
continuidade, todo ano um aluno terá um professor diferente, com métodos
diferentes de ensino (quando tem?), e devendo seguir uma apostila que chega
sempre atrasada ao aluno. Além disso, o professor recebe uma classe sem a
devida formação (ah, e a tal da progressão continuada?) e totalmente
desnivelada e, mesmo assim, é cobrado por resultados de um exame feito com os
alunos indevidamente preparados, que eles mesmos, falam que vão apelar para
o "uni, duni, tê" para colocar a opção de resposta,
pois não levam essas provas a sério.
A Matemática não é um bicho de sete cabeças, e sim de oito
cabeças, como dizia um professor de Matemática, quando eu estudava no segundo
grau (ou no Científico). Isso é a face irônica do mestre.
Eu particularmente achei Matemática uma matéria fácil. Porém, só
depois de estudar um pouco mais a Língua Portuguesa. Tudo depende da
interpretação de texto, que é essencial na Matemática.
Outro ponto que nossos dirigentes professam é a
interdisciplinaridade. Primeiro eu pergunto: por que tenho que
elaborar um projeto interdisciplinar? Ok é interessante abordar um conhecimento
em disciplinas distintas. Mas na maioria das vezes os conhecimentos matemáticos
abordados, necessários para responder um problema interdisciplinar, já são
dominados pelos alunos. Esses projetos não contemplam a aprendizagem de um novo
saber de conteúdos matemáticos. Não basta ser interdisciplinar para ser
interessante, nem fazer parte do cotidiano para ser pertinente.
E a frase moda do momento "O professor deve ser o
protagonista de uma sala de aula".
Ser protagonista implica em desenvolver uma visão crítica sobre a
realidade, atuar pro ativamente, empreender, formular projetos de vida,
reconhecer-se como voz ativa na sociedade e saber que é possível transformar o
mundo.
Mas como
ensinar a quem não quer aprender?
Como ser
protagonista de um espetáculo que não quer ser assistido?
Fundamental é ter um compromisso de aprendizagem com o aluno, e isso deve ter duas mãos, não é só o professor que deve ser vilão da questão, mas desde o mais alto escalão de nossos dirigentes, passando pela direção de escola, alunos e seus responsáveis, que devem, obrigatoriamente, se unir e quebrar essa barreira.
Fundamental é ter um compromisso de aprendizagem com o aluno, e isso deve ter duas mãos, não é só o professor que deve ser vilão da questão, mas desde o mais alto escalão de nossos dirigentes, passando pela direção de escola, alunos e seus responsáveis, que devem, obrigatoriamente, se unir e quebrar essa barreira.
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