Composto deu Nobel de Física aos cientistas que o descobriram em 2004.
Aplicação do material deve beneficiar tecnologia e até mesmo a saúde.
Poucas vezes um material saiu tão rápido dos laboratórios para uma infinidade de produtos que já estão em todos os lugares. Descoberto em 2004 por Andre Geim e Konstantin Novoselov, o grafeno rendeu as cientistas o prêmio Nobel de Física seis anos depois. Primeiro material de duas dimensões descoberto pelo homem, ele é composto da mesma substância que o diamante, o carvão e o grafite, mas difere por ser formado por uma folha de átomos de carbono arrumados de forma hexagonal.
Desde meados do século XIX, cientistas buscavam isolar o grafeno usando experiências complexas. Quando Geim e Novoselov resolveram usar um pedaço de fita adesiva sobre um bloco de grafite, conseguiram pela primeira vez extrair um pequeno pedaço do material, mais resistente que o diamante e 300 vezes mais forte que o aço.
Além da resistência, ele também é o material mais leve que há, sendo capaz ainda de conduzir a eletricidade melhor do que o cobre, ser transparente, flexível e resistente à corrosão, qualidades que já o colocam na condição de um dos mais promissores compostos das próximas décadas. “O grafeno é uma lâmina de carbono da espessura de um único átomo. Ele é mais de 100 mil vezes mais fino que um fio de cabelo”, afirma John Lettow, CEO da Vorbeck, empresa que produz o material.
Diariamente, estão sendo descobertas novas aplicações para as propriedades eletrônicas do grafeno. “Os elétrons presentes nele conduzem e carregam eletricidade com muita rapidez. Além disso, ele tem uma condutividade térmica excepcional, conduz o calor com grande velocidade”, destaca Lettow.
Aplicações no cotidiano
As aplicações são inúmeras e podem ajudar, inclusive, a saúde humana. “Digamos que você tenha tido um ataque cardíaco e seu médico deseje monitorar você. Se pudesse ter sensores dos seus batimentos cardíacos integrados à camisa e usá-los todos os dias, seu médico poderia monitorar sua saúde em tempo real, e você saberia exatamente o que estivesse acontecendo sem ter que mudar nada na sua rotina”, exemplifica o especialista.
A corrida em laboratórios e universidades é para descobrir como usar o grafeno para criar superbaterias, capazes de armazenar muito mais energia e recarregar em questão de minutos. “Se você tiver um celular que demora 30 minutos ou uma hora para ser carregado, as bateriais com grafeno podem carregá-lo em cinco ou dez minutos”, compara o CEO da Vorbeck.
A aposta de muitos é que a próxima revolução será a dos computadores que podem ser vestidos como se fossem roupas. Lettow destaca três áreas em que o componente pode ser fundamental no futuro: bens de consumo eletrônicos, transportes e indústria aeroespacial.
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