Em meados do século 17, o matemático Pierre de Fermat notou uma peculiaridade algébrica: um cubo não poderia ser escrito como a soma de outros dois cubos. Em matematiquês, algo como "x³+y³=z³" simplesmente não seria possível.
A regra também vale para qualquer outro número natural maior que 3, ou seja: "xn+yn=zn" (quando n é igual a 2, cai-se no famoso Teorema de Pitágoras). O que faltava era uma demonstração, uma prova matemática de que aquilo é verdade e que realmente vale em todos os casos. Não falta mais.
Associated Press | ||
O matemático britânico Andrew Wiles, que resolveu o 'Último Teorema de Fermat' |
O abrilhantado ser humano que chegou a um resultado é o britânico Andrew Wiles, reputado matemático da Universidade de Oxford. Por esse feito, ele foi escolhido como o vencedor de 2016 do prêmio Abel, conferido pela Academia Norueguesa de Ciências e Letras "por sua impressionante prova do Último Teorema de Fermat".
O valor do prêmio é de 6 milhões de coroas norueguesas, algo em torno de R$ 2,7 milhões e ele deve ser entregue no dia 24 de maio pelo príncipe Haakon, herdeiro do trono da Noruega. Wiles adiciona esse à sua já famosa coleção de láureas pelo feito.
Curiosamente, o próprio Fermat pode ter sido o primeiro a resolver seu famigerado teorema. Ele anotou, na borda de um livro, que havia chegado a uma solução –nunca encontrada, porém. Wiles, que ostenta o título de cavaleiro do Império Britânico, disse que sua relação com o teorema começou há mais de meio século, quando tinha apenas dez anos.
Ao folhear um livro, ele teria encontrado o teorema e, desde então, ficou determinado a prová-lo. A missão, no entanto, era difícil. Só duas décadas depois ele voltaria a trabalhar no seu sonho de infância, discretamente. O trabalho foi concluído após sete anos.
"Percebi que qualquer coisa relacionada ao Último Teorema de Fermat gerava muito interesse. Você não consegue focar ao longo de anos se você tiver que dividir sua concentração com outras coisas, algo que um número alto de espectadores destruiria."
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