O Último Teorema de Fermat é assim
conhecido por ser o último teorema feito pelo matemático e cientista Pierre
de Fermat (França, 1601-1665) sem demonstração que o provasse.
O teorema surgiu a partir de um estudo sobre o
famoso Teorema de Pitágoras, que determina que o quadrado da hipotenusa é
igual à soma do quadrado dos catetos. Adotando x e y como catetos e z como
hipotenusa, a fórmula que determina essa relação é: x² + y² =
z²
Fermat fez um teste, variando a potência 2 para
outros valores maiores de números inteiros (3, 4...), e não conseguiu achar
valores que se adequassem à equação. Assim, formou-se o teorema:
xn + yn = zn não possui solução para números inteiros, tal que n>2.
Como o matemático possuía a prática de fazer apenas
anotações informais sobre seus estudos, o único indício de uma prova deste
teorema é uma observação por ele deixada em 1637 em um de seus livros,
“Aritmética”, de Diofante:
“Eu descobri uma
demonstração maravilhosa, mas a margem deste papel é muito pequena para
contê-la”.
Esta anotação foi descoberta pelo seu filho alguns
anos após sua morte, e junto a outros comentários de Fermat, foi publicada numa
edição comentada do livro em questão.
A partir disso, o teorema virou objeto de estudo de
diversos estudiosos ao longo dos anos, que tentaram através de diversas
abordagens desenvolver uma demonstração que provasse o teorema.
Muitos matemáticos conseguiram provar o teorema
para casos específicos, inclusive uma demonstração de Fermat para n=4 foi
encontrada. Entre os mais famosos, podem ser citados nos respectivos anos:
Leonhard Euler (1770), Peter Barlow (1811), Peter Dirichlet (1825), Gabriel
Lamé (1839, 1847, 1865), Peter Guthrie Tait (1872), Carl Gauss (1875, póstuma),
entre outros. Outros matemáticos fizeram avanços de formas diferentes, como
Sophie Germain, Ernst Kummer e Louis Mordell. No século 20, ainda foram feitas
abordagens computacionais buscando provar o teorema em faixas específicas de
números.
Muitos prêmios foram oferecidos para quem vencesse
o desafio, porém o maior surgiu em 1908. Um prêmio de $100.000 marcos foi
oferecido pelo professor Paul Wolfskhel à pessoa que
conseguisse obter uma demonstração válida para o teorema. Isto foi mais um
grande incentivador para que os matemáticos da época se dedicassem ao problema.
O Último Teorema de Fermat foi enfim demonstrado
apenas em 1995. O matemático inglês Andrew Wiles conseguiu o
feito utilizando como base uma conjectura feita pelos matemáticos Yutaka
Taniyama e Goro Shimura (conhecida como conjectura Taniyama-Shimura)
e conseguiu sua publicação no jornal “Anais da Matemática”. Wiles demonstrava
interesse no teorema desde jovem, porém só aprofundou seus estudos nele (de
forma secreta) alguns anos antes da descoberta. Wiles foi recompensado com o
prêmio $50.000 libras dado pela Fundação Wolfskhel.
Apesar da demonstração para o teorema ter sido
descoberta, até hoje é um mistério para a comunidade matemática de como era a
demonstração original que Fermat obteve. Muitos conhecimentos matemáticos
utilizados para a demonstração moderna não existiam naquela época, colocando
até em dúvida se Fermat realmente conseguiu fazer tal feito.
Este teorema ganhou grande destaque também nos
últimos anos pelo livro “O Último Teorema de Fermat” do autor britânico Simon
Singh, que conta toda a história do teorema, de Fermat até sua demonstração
atual.
Referências Bibliográficas:
SINGH,
Simon. O último teorema de Fermat. 10. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004
O
Último Teorema de Fermat. http://www.somatematica.com.br/artigos/a16/index.php
Fermat's
Last Theorem. http://en.wikipedia.org/wiki/Fermat's_Last_Theorem
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