Uma dupla de cientistas afirma, depois de muitos
esforços, que possui uma evidência sólida sobre o Planeta X, nono planeta
que teria sido descoberto em nosso Sistema Solar. O gigante de gás poderia ser
quase tão grande como Netuno, distante o suficiente para levar de 10.000 a
20.000 anos para dar uma volta completa ao Sol. Ele estaria de 10 a 20 vezes
mais distante que Plutão.
O 9º Planeta – como os pesquisadores do Instituto
de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos EUA, gostam de chamá-lo – nunca foi
visto. Eles baseiam as suas conclusões em padrões matemáticos e de informática,
antecipando a descoberta através do telescópio, no prazo de cinco anos.
Os dois relataram suas pesquisas na revista Astronomical
Journal, para que possíveis astrônomos ou pessoas anônimas possam ajudá-los
nesta busca. “Poderíamos ter ficado quietos nos próximos cinco anos, observando o céu com a esperança de
encontrá-lo. Mas preferimos que alguém possa encontrá-lo mais cedo”, disse o astrônomo Mike Brown.
Os pesquisadores notaram a “presença” do Planeta X
a partir do agrupamento peculiar de seis objetos – previamente conhecidos – que
orbitam além de Netuno. Acredita-se que exista uma chance de apenas 0,007% de o
agrupamento ser uma coincidência. Segundo eles, um planeta com a massa de 10
Terras conduziu os seis objetos, em suas estranhas órbitas elípticas, para fora
do plano do Sistema Solar.
Durante a infância do Sistema Solar, há 4,5 bilhões
de anos, o planeta gigante poderia ter sido expulso da região de formação
planetária próxima ao Sol. Formado por gases, o planeta ficou envolvido atrás
de uma órbita elíptica distante, onde se esconde até hoje. Esta é a teoria dos
pesquisadores, que acreditam que assim que for detectado, não causará o debate
que aconteceu com Plutão – sobre ser um planeta ou não. “Isso seria um
verdadeiro nono planeta. Somente dois verdadeiros planetas foram descobertos
desde os tempos antigos, e este seria o terceiro. Há uma parte muito
substancial de nosso Sistema Solar que ainda está lá para ser descoberta, o que
é muito emocionante”, disse o professor de astronomia Brown.
Os cientistas já sabem que existem 6 objetos no Sistema Solar em órbitas
exclusivamente após Netuno (linhas de cor rosa). Esse tipo de alinhamento
orbital só pode existir se uma força externa mantiver a harmonia, de acordo com
Batygin e Brown. Isso reforça a afirmação dos pesquisadores que um planeta 10
vezes mais massivo que a Terra exista em uma órbita “excêntrica” extremamente
distante (linha amarela). De acordo com eles, somente assim os 6 objetos podem
existir na órbita que estão.
Além de Brown,
Konstantin Batygin, astrofísico teórico da Caltech, especialista em dinâmica de
sistemas Solares, está envolvido na pesquisa. Eles acreditam que o Planeta X
foi formado nos estágios iniciais do Sistema Solar, há cerca de 4 bilhões de
anos, quando os grandes planetas (incluindo o Planeta X) ainda eram núcleos
rochosos. “Se o núcleo do Planeta X tivesse sido capaz de ficar dentro no
Sistema Solar e terminar sua formação, poderia ter acumulado gás ou gelo
suficiente para se tornar um gigante, como Júpiter ou Netuno”, relatou a
dupla. Mas como os grandes núcleos dos outros planetas foram embalados com
muita força no interior do Sistema Solar, não havia espaço suficiente para que
todos se desenvolvessem. Assim, o Planeta X foi expulso.
Sabendo que ele
pode ser detectado, Brown e outros colegas começaram a direcionar os
telescópios ao céu. Apenas a órbita do planeta é conhecida, e não sua
localização exata dentro do percurso elíptico. Se o planeta ficar próximo de
seu periélio (o ponto da órbita de um corpo), os astrônomos poderiam detectá-lo
em imagens captadas por pesquisas anteriores, afirmou Brown. Se ele estiver na
parte mais distante de sua órbita, serão necessários os melhores observatórios
do mundo. Entretanto, se agora, ele estiver localizado em qualquer lugar no
meio de sua órbita, muitos telescópios simples podem encontrá-lo.
Para compreender
mais sobre o contexto do Sistema Solar no resto do Universo, Batygin diz que
este planeta tornaria nosso Sistema Solar mais parecido com os outros sistemas
planetários que os astrônomos estão encontrando ao redor de outras estrelas.
A maioria dos
planetas em torno de outras estrelas semelhantes ao Sol não possuem órbitas
muito próximas de suas estrelas hospedeiras, enquanto outros seguem órbitas
excepcionalmente distantes. Em segundo lugar, as massas dos planetas mais
comuns em torno de outras estrelas variam entre 1 e 10 massas Terrestres. “Até
agora, pensávamos que faltava, no Sistema Solar, este tipo mais comum de
planeta. Talvez seja algo normal, caso a descoberta se concretize”, disse
ele.
[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Nasa e Caltech ]
Contido em:http://www.jornalciencia.com/descoberto-novo-planeta-no-sistema-solar-do-tamanho-de-netuno-afirmam-dois-astronomos/, pesquisado em 24/01/2016 as 10h00.
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